O que é o modelo Espiral?
O modelo Espiral é uma abordagem de desenvolvimento de software que combina elementos de planejamento, desenvolvimento e avaliação em um ciclo contínuo e iterativo. Ele foi proposto por Barry Boehm em 1986 e é uma abordagem de gerenciamento de riscos que visa lidar com incertezas e complexidades inerentes ao desenvolvimento de software.
Principais características do modelo Espiral
O modelo cascata é dividido em cinco etapas: levantamento de requisitos, projeto, implementação, realização de testes e manutenção do sistema. Veja o que é feito em cada uma a seguir.
- Ciclos Iterativos:
O desenvolvimento de software no modelo Espiral ocorre em ciclos iterativos, onde cada ciclo é chamado de "volta". Cada volta é uma iteração do processo e envolve quatro principais atividades: planejamento, análise de riscos, engenharia e avaliação.
- Análise de Riscos:
Uma característica distintiva do modelo Espiral é a análise de riscos. Em cada volta, os riscos associados ao projeto são identificados e avaliados. Estratégias de mitigação de riscos são desenvolvidas e implementadas para minimizar problemas potenciais.
- Planejamento Flexível:
O planejamento é adaptativo e flexível. À medida que o projeto progride e os riscos são avaliados, o plano é ajustado para acomodar mudanças nos requisitos e nas prioridades.
- Avaliação Contínua:
Cada volta inclui uma avaliação rigorosa do progresso do projeto. Isso envolve revisar e avaliar o software desenvolvido até o momento, bem como a viabilidade de continuar com o próximo ciclo.
- Adaptação a Mudanças:
O modelo Espiral é altamente adaptável às mudanças. Se durante uma avaliação for determinado que o projeto precisa ser redefinido ou ajustado devido a mudanças nos requisitos ou em outras circunstâncias, isso pode ser feito sem comprometer a qualidade do software.
- Utilização de Protótipos:
Os protótipos podem ser desenvolvidos em algumas voltas para ajudar a entender e validar os requisitos antes da implementação completa do sistema.
O modelo Espiral é especialmente adequado para projetos de software complexos e de grande escala, onde os riscos são significativos e a incerteza é alta. Ele enfatiza a gestão proativa de riscos e a adaptação contínua, tornando-o uma escolha valiosa para projetos em ambientes dinâmicos e desafiadores.
Figura 06 - Ilustra as iterações do Modelo Espiral. Exemplificando o modelo, o primeiro círculo (interno) pode resultar no desenvolvimento da especificação do produto, passagens subsequentes em torno da espiral podem representar o desenvolvimento de um protótipo e progressivamente, versões mais sofisticadas.
Quais as etapas do modelo Espiral?
O modelo Espiral é composto por quatro principais etapas, que são repetidas iterativamente ao longo do desenvolvimento do software. Cada etapa é realizada em uma "volta" do modelo Espiral. As quatro etapas são:
- Planejamento:
Nesta etapa, os objetivos do projeto são definidos, juntamente com as restrições e as metas. O escopo do projeto é determinado, e um plano de desenvolvimento é elaborado. Isso inclui a identificação de requisitos, a alocação de recursos e a definição de cronogramas e orçamentos. O planejamento também envolve a análise das alternativas de abordagem para o projeto.
- Análise de Riscos:
A análise de riscos é uma parte crucial do modelo Espiral. Nesta etapa, os riscos associados ao projeto são identificados e avaliados. Isso inclui riscos técnicos, financeiros, de cronograma e outros. Estratégias de mitigação de riscos são desenvolvidas para minimizar ou eliminar potenciais problemas que possam surgir durante o desenvolvimento.
- Engenharia:
Na etapa de engenharia, o software é desenvolvido de acordo com o plano definido na primeira etapa. Isso envolve a criação, o projeto e a implementação do software. Dependendo das necessidades do projeto, podem ser desenvolvidos protótipos ou modelos parciais para validar os requisitos e a funcionalidade do sistema.
- Avaliação:
A etapa de avaliação envolve a revisão crítica do progresso do projeto até o momento. O software desenvolvido é avaliado quanto à qualidade, eficácia e aderência aos requisitos. Com base na avaliação, as decisões são tomadas sobre se o projeto deve avançar para a próxima volta do modelo Espiral, se deve ser redefinido ou ajustado com base no feedback e nas lições aprendidas.
Após a conclusão de uma volta, o processo retorna à etapa de Planejamento para iniciar uma nova iteração. O modelo Espiral permite a flexibilidade e a adaptabilidade ao longo do desenvolvimento do software, tornando-o adequado para projetos complexos e sujeitos a mudanças. É importante ressaltar que as etapas podem variar em detalhes de acordo com as necessidades específicas de cada projeto e organização.
Figura 07 - Outra forma de representar o modelo em espiral contendo o processo inteiro
Por que o modelo espiral não é mais usado?
O modelo Espiral não é tão amplamente adotado quanto algumas outras abordagens de desenvolvimento de software, como os modelos ágeis (por exemplo, Scrum e Kanban) e métodos de desenvolvimento iterativo. Existem várias razões para isso:
- Complexidade de Gerenciamento;
- Tempo e Custo;
- Abordagens Ágeis;
- Mudanças nos Requisitos;
- Ênfase em Entregas Contínuas.
Embora o modelo Espiral possa não ser a escolha predominante, ainda é uma abordagem valiosa para projetos de software complexos e de grande escala, onde a gestão de riscos é crucial e as mudanças de requisitos são esperadas.
Muitas vezes, equipes de desenvolvimento escolhem combinar elementos de diferentes modelos, incluindo o modelo Espiral, para atender às necessidades específicas de seus projetos. A escolha da abordagem depende das características do projeto, das necessidades dos stakeholders e das preferências da equipe de desenvolvimento.